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Posted by Cia Teatral Palco de Brincadeiras


O Palco Indica:


Bertold Brecht no Renaissance, carros do ano e a alta sociedade a caminho de um espetáculo pronto a "criti 'cá-la' ".

Ricos, comerciantes, pobres... O leque de personagens apresentado em "A Alma boa de Setsuan" é bastante variado. As situações em que se encontram cada um dos personagens também têm seu "gestos". Como aprendemos com Bertold o gestos não é apenas o gesto movimento físico, mas um contexto que tem uma função que, na "Alma Boa..." é social.

O texto foi bem preservado nesta rica montagem, porém deu-se maior ênfase à faceta cômica do texto Brechtiano, tempos cômicos e tensão de certa forma arrancavam risos e gargalhadas da platéia de burgueses alegres do Cerqueira César, o brincante que voz fala espera que as gargalhadas não tenham iludido e desviado a atenção dos não-proletariados paulistanos daquilo que realmente é transmitido, neste texto alemão do ano de 1941, que é uma mensagem universal e bastante atual:

Como ser bom?

Este é o fio condutor mote de todas as enrrascadas em que se enfia a ex-prostituta Chen Tê (Denise Fraga).

Ao redor da personagem estão todos os tipos posíveis da sociedade em qualquer que seja o país, e ali todos tentam se dar bem. Pobres tentam ganhar com faucatruas em cima de ricos, ricos colocam-se comandantes de tudo e de todos em função do dinheiro que têm, a autoridade policial, cujo personagem é ótimamente representado por Marcos Cesana, esquiva-se de qualquer responsabilidade e teme o trabalho. Denise desempenha muito bem dois personagens no espetáculo, impôe com grandeza o primo Chui Ta, levando-o com vigor até o fim.

Cenográficamente o espetáculo, dirigido por Marco Antonio Braz, é espetacular. Num algo que me lembra a malícia das soluções cenográficas/cênicas do teatro popular, o próprio elenco manipula seus "camarins de rodinhas" que se transformam em praticamente tudo em cena abrindo o espetáculo com a representativíssima Muralha da China (vibrei neste momento).

O desenlaçe deste texto Brechtiano de conflitos, diria eu que não acontece de total maneira, já que essa é uma forte característica do teatro épico. (Acalmem-se, não contarei aqui o fim do espetáculo). A platéia sai reflexiva do teatro.

É, Brecht nos faz pensar mesmo. Que Bom!

"Tentei fazer meu melhor, mas estendo-lhes a mão e me querem arrancar o braço!"

(Chen Tê)

Brincante Felipe Cirilo.

Serviço:
Local:

Teatro Renaissance
Preço(s):
R$ 60,00 (sexta e domingo) a R$ 80,00 (sábado).
Data(s):
Até 1º de março de 2009.
Horário(s):
Sexta, 21h30; sábado, 21h; domingo, 19h.