E agora, Brecht?
Hein?
É o que pergunta a Trupe de Bacantes, juveníssimo grupo da Cidade de Guarulhos que já caminha em meio a pesquisas teatrais de bom gosto.
O espetáculo é um desenvolvimento a partir do texto O Círculo de Giz Caucasiano de Bertold Brecht. De acordo com o diretor Everton Lampe basicamente, a pesquisa desenvolvida na montagem e criação do espetáculo, envolve o teatro épico de Brecht, em si e a dialética. O brincante que voz fala assistiu ao ensaio aberto da trupe há cerca de três semanas antes da estréia. Posso dizer que a trupe caminha bem na descoberta de sua própria opinião, da opinião do grupo e de sua personalidade, em confronto com o texto e suas correlações com a atualidade brasileira.
As sutis quebras de personagens, quarta parede, acontecem mais na voz de Tamara Mayumi, que representa Grucha e tem um tom bem bacana e cômico assim como certo momento em que a narradora representada por Heidy faz piada com a platéia. E foi nesses momentos que o espetáculo começou a trazer a platéia pra si, como se propõe a manifestação teatral épica, e talvez aí esteja a ligação necessária, que traga mais vida e um certo sentido popular a peça que automaticamente, a partir do texto incita o público a opinar a respeito do julgamento que acontece em cena, o garoto fica com a mãe biológica ou com a mãe de criação?
A cumplicidade dos atores com o público, sendo mais sincera e simples teria um toque especial no espetáculo, a estréia deve ser causa de uma certa tensão (no melhor sentido da palavra) evidente no texto dos atores.
O paralelo traçado entre o caso em cena e crimes atuais foram expostos de uma maneira que, lhes confesso, me incomodou, não no sentido teatral, mas na vida realmente. Viril. Os fatos contados nos fazem ver o quanto coisas tenebrosas acontecem ao nosso lado e nem vemos. Se na Alemanha e nos tempos de Brecht as coisas não iam muito bem, hoje ainda temos de nos perguntar: E agora, Brecht?
Um caminho já bem bacana, dá-lhe Bacantes!
Felipe Cirilo
palcodebrincadeiras@gmail.com
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on sábado, 25 de julho de 2009
at 23:33
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O Palco...
- Cia Teatral Palco de Brincadeiras
- Um grupo em crescente descoberta das possibilidades teatrais, interessado em dar seqüência ao estudo e criação em teatro.
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Biografia do Palco...
O grupo Palco de Brincadeiras surgiu em 2005, a partir das atividades originadas no projeto de Oficinas Culturais desenvolvido pela Secretaria Municipal de Cultura de Guarulhos. Uma oficina de teatro ministrada no Espaço Oficina Cultural, na Vila São Jorge, foi o ponto de encontro desse grupo, e após o término os participantes permaneceram trabalhando juntos.Os integrantes trouxeram para as aulas conhecimentos diversos, relacionados ou não a linguagens artísticas. Para alguns, era o primeiro contato com o teatro, enquanto outros já tinham passado por algumas experiências nesse sentido. Foi desenvolvido, então, um processo de aproximação e experimentação com a linguagem teatral e, consequentemente, de integração entre todos.
O primeiro espetáculo, "Brin-Cadeiras Cegas", resultado de 8 meses de oficina, foi apresentado em dezembro de 2005 na Mostra das Oficinas Culturais no Teatro do Centro Educacional Adamastor, em Guarulhos; em Abril de 2006 no Projeto Vocacional Apresenta, da Secretaria de Cultura de São Paulo, no Teatro Martins Penna e em Agosto de 2006 na MOTE (Mostra de Teatro de Guarulhos) novamente no Teatro do Centro Educacional Adamastor.Após configurar-se como grupo, foi criado o espetáculo infantil "O Príncipe e as Mocréias", apresentado em Janeiro de 2006 no Espaço Imagem e Ação, em Guarulhos.Ainda em 2006 o grupo realizou uma oficina de teatro com alunos da escola do Cambará (Guarulhos) e, junto com a comunidade (e em processo de criação coletiva), apresentou o espetáculo "A Páscoa". Com características do teatro de forma épica, buscou trazer uma reflexão sobre o verdadeiro sentido desta festa.
Desde agosto de 2006 o grupo faz um trabalho de pesquisa da Mitologia Greco-Romana, do qual surgiu o espetáculo "A Pedra Negra da Frígia", que em Setembro deste ano, pelo Projeto Vocacional Apresenta, da Secretaria de Cultura de São Paulo, estreou no teatro Arthur Azevedo, com seqüência nos teatros: Paulo Eiró, Centro Cultural da Juventude e Cacilda Becker, e fechando o ano o espetáculo foi apresentado no corredor da Galeria Olido - Largo do Paysandú, São Paulo - onde, pela primeira vez a Cia. experimentou a rua como palco para brincadeiras e também um espaço atípico. Já em 2008 na cidade natal, Guarulhos, passou pelos teatros Nelson Rodrigues, Padre Bento e Adamastor Pimentas.
Trata-se, portanto, de um grupo em crescente descoberta das possibilidades teatrais, interessado em dar seqüência ao estudo e criação em teatro.
O primeiro espetáculo, "Brin-Cadeiras Cegas", resultado de 8 meses de oficina, foi apresentado em dezembro de 2005 na Mostra das Oficinas Culturais no Teatro do Centro Educacional Adamastor, em Guarulhos; em Abril de 2006 no Projeto Vocacional Apresenta, da Secretaria de Cultura de São Paulo, no Teatro Martins Penna e em Agosto de 2006 na MOTE (Mostra de Teatro de Guarulhos) novamente no Teatro do Centro Educacional Adamastor.Após configurar-se como grupo, foi criado o espetáculo infantil "O Príncipe e as Mocréias", apresentado em Janeiro de 2006 no Espaço Imagem e Ação, em Guarulhos.Ainda em 2006 o grupo realizou uma oficina de teatro com alunos da escola do Cambará (Guarulhos) e, junto com a comunidade (e em processo de criação coletiva), apresentou o espetáculo "A Páscoa". Com características do teatro de forma épica, buscou trazer uma reflexão sobre o verdadeiro sentido desta festa.
Desde agosto de 2006 o grupo faz um trabalho de pesquisa da Mitologia Greco-Romana, do qual surgiu o espetáculo "A Pedra Negra da Frígia", que em Setembro deste ano, pelo Projeto Vocacional Apresenta, da Secretaria de Cultura de São Paulo, estreou no teatro Arthur Azevedo, com seqüência nos teatros: Paulo Eiró, Centro Cultural da Juventude e Cacilda Becker, e fechando o ano o espetáculo foi apresentado no corredor da Galeria Olido - Largo do Paysandú, São Paulo - onde, pela primeira vez a Cia. experimentou a rua como palco para brincadeiras e também um espaço atípico. Já em 2008 na cidade natal, Guarulhos, passou pelos teatros Nelson Rodrigues, Padre Bento e Adamastor Pimentas.
Trata-se, portanto, de um grupo em crescente descoberta das possibilidades teatrais, interessado em dar seqüência ao estudo e criação em teatro.